sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Todo coordenador pedagógico deveria saber.

Não perca tempo com dinâmicas de grupo e leituras de texto de “motivação” – práticas que não levam à melhoria da aprendizagem. A maneira mais eficaz de estimular a equipe é garantir um bom ambiente de trabalho e compartilhar metas.

Estimulante pedagógico !

Vivemos em um ambiente escolar cada vez mais difícil, repleto de desafios e com inúmeros casos de  indisciplina, violência, falta de recursos,baixo salário , desvalorização profissional entre outros problemas que precisam ser discutidos e solucionados. Diante desta realidade surge nas reuniões pedagógicas a solução !"Estimulante Pedagógico Amorético"
Uma caixa artesanal com doces é a solução milagrosa oferecida pelos coordenadores pedagógicos aos professores .


Além dos doces há uma bula com dizeres:


LEIA COM ATENÇÃO ANTES DE USAR
COMPOSIÇÃO:
Os comprimidos contém todas as virtudes que formam o Estimulante Pedagógico: amor, humildade, criatividade, sinceridade, alegria, inspiração, energia, visão, garra, paixão, persistência, dedicação e integração e estudo.

INFORMAÇÕES AO PACIENTE:
Por todas as experiências pelas quais passamos e por tudo o que temos estudado e comprovado, não há dúvida de que o Estimulante Pedagógico é o remédio ideal para qualquer tipo de crise.

Para que o tratamento atinja seus objetivos é indispensável dedicação total de corpo e espírito para quem quer curar a causa e não o sintoma da doença.
Destina-se a quem está disposto a sofrer uma transformação íntima e jamais se arrepender disso.

INDICAÇÕES:
Ao paciente, que demonstrar de imediato apatia, desinteresse, pessimismo, falta de motivação, baixa de auto-estima, descontrole emocional, recomendado especialmente para pessoas que desistiram de sonhar ou para as que desistiram de si próprias.

CONTRA-INDICAÇÕES:
Nem a mais avançada ciência é capaz de apontar uma contra-indicação para o amor, a positividade e a energia.

PRECAUÇÕES:
Mantenha este medicamento ao alcance de todas as pessoas para que possam ser contagiadas.

Mantenha também ao alcance de todas as crianças. Não há prazo de validade, pode ser utilizado por toda a vida e sem o conhecimento de seu médico.

POSOLOGIA E MODO DE USAR:

Adultos - 1 drágea por dia ao acordar ou se preferir tomar todas as drágeas em dose única.


O resultado será surpreendente.
Crianças - o tratamento deverá ser iniciado com muito amor. Tomando uma dose por dia com muito sorriso e muito carinho, Estímulo constante ao seus sonhos e criatividade também fazem parte do tratamento.

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Qualidades do Professor Ideal.

20 qualidades do professor ideal

Ao listar características de bons professores, o Referencial para o Exame Nacional de Ingresso na Carreira Docente reconhece que nem todos podem ser avaliados por provas



O docente ideal:
1. Domina os conteúdos curriculares das disciplinas.
2. Tem consciência das características de desenvolvimento dos alunos.
3. Conhece as didáticas das disciplinas.
4. Domina as diretrizes curriculares das disciplinas.
5. Organiza os objetivos e conteúdos de maneira coerente com o currículo, o desenvolvimento dos estudantes e seu nível de aprendizagem.
6. Seleciona recursos de aprendizagem de acordo com os objetivos de aprendizagem e as características de seus alunos.
7. Escolhe estratégias de avaliação coerentes com os objetivos de aprendizagem.
8. Estabelece um clima favorável para a aprendizagem.
9. Manifesta altas expectativas em relação às possibilidades de aprendizagem de todos.
10. Institui e mantém normas de convivência em sala.
11. Demonstra e promove atitudes e comportamentos positivos.
12. Comunica-se efetivamente com os pais de alunos.
13. Aplica estratégias de ensino desafiantes.
14. Utiliza métodos e procedimentos que promovem o desenvolvimento do pensamento autônomo.
15. Otimiza o tempo disponível para o ensino.
16. Avalia e monitora a compreensão dos conteúdos.
17. Busca aprimorar seu trabalho constantemente com base na reflexão sistemática, na autoavaliação e no estudo.
18. Trabalha em equipe.
19. Possui informação atualizada sobre as responsabilidades de sua profissão.
20. Conhece o sistema educacional e as políticas vigentes.
Fonte: Adaptado de Referenciais para o Exame Nacional de Ingresso na Carreira Docente - Documento para Consulta Pública, MEC/Inep.

OS DESAFIOS DO PROFESSOR ALFABETIZADOR. por Tiago Ribeiro

20/02/2014Alterado em 13/10/2014 04:58 por Tiago Ribeiro Machado
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OS DESAFIOS DO PROFESSOR ALFABETIZADOR



​​RESUM​O
Este trabalho tem por objetivo discutir as questões que permeiam o cotidiano escolar do professor alfabetizador, com ênfase nos desafios enfrentados em sala de aula por esse profissional, pois muitas vezes o alfabetizador se depara com obstáculos que limitam seu trabalho e retardam o processo de ensino aprendizagem dos alunos. Realizou-se uma pesquisa bibliográfica considerando as contribuições teóricas de autores como:Cambi (1999), Ferreiro (1985), Lemle (1988),Nérici (1972), Piaget (1977), Poerch (1990).Constatando que alguns dos desafios enfrentados pelo alfabetizador são a pouca formação focada na alfabetização, a falta de participação dos pais na vida escolar dos filhos e a o alto índice de indisciplina presente na sala de aula. Mediante estes resultados concluiu-se que para superar os desafios propostos o educador deve agir em conjunto com a comunidade escolar e com os pais para rever ações e criar outras no intuito de oferecer uma educação qualitativa ao aluno.
Palavras – chave: Desafios. Professor alfabetizador. Sala de aula.

Introdução

O presente trabalho tem como papel analisar as dificuldades do professor alfabetizador em sala de aula, já que nos dias atuais a sociedade tem atribuído ao professor a grande responsabilidade sanar as carências intelectuais dos alunos e evitar que estas sejam futuros analfabetos funcionais. Nesta busca constante por novos métodos e práticas pedagógicas o professor tem visto a alfabetização como uma fase distinta, que requer mais conhecimentos específicos na área.
Nesta perspectiva, construiu-se questões que nortearam este trabalho, tais como:Quais os desafios que dificultam o fazer pedagógico do professor alfabetizador?Por que o professor alfabetizador se encontra tão tenso na atualidade em relação à sua práxis pedagógica?
Falar de alfabetização é um tanto complexo até mesmo pela diversidade de métodos utilizados, e ainda devido às dificuldades deaprendizagem dos alunos, reprovações e evasão escolar. Assim, a alfabetização caracteriza-se por uma fase muito importante no desenvolvimento do aluno, sendo a base para conhecimentos futuros. Segundo o dicionárioAurélio alfabetizar é ensinar a ler e a escrever oudar instrução primária, sabemos que alfabetizar vai muito além de ensinar a ler e escrever, nesta tarefa a linguagem é uma fiel aliada dos educadores neste processo de ensino/aprendizagem.
A linguagem é uma área importante na aquisição da leitura e escrita, pois ela permite que o homem estabeleça uma comunicação intersubjetiva, ou seja, estabeleça a troca e o diálogo. Assim ele amplia seu vocabulário e elabora novas hipóteses silábicas. Muitos estudos afirmam que o  sujeito se constitui em dois momentos, primeiro no social e depois no individual numa apropriação ativa e constante. Na escola esse processo ocorre de forma contínua, remetendo ao educador um papel importante como mediador do processo da aquisição da leitura e escrita, com intervenções pedagógicas coerentes, já que os conhecimentos resultam da pluralidade de sentidos e significações compartilhadas no coletivo, que aos poucos vão sendo produzidos. Conforme Lemle:
È claro que, além dos conhecimentos básicos, o alfabetizador precisa de outros dons para se sair bem. Ele deve ter respeito pelos alunos, evitar o papel de cúmplice de um sistema interessado em manter esmagada uma grande parte do seu povo, confiar na capacidade de desenvolvimento dos alunos e ter criatividade, inventividade, iniciativa, combatividade e fé em sua capacidade de tornar este mundo melhor.
(LEMLE, 1988, p.6)

Contudo grandes são os anseios do alfabetizador em favor de uma educação qualitativa e igualitária, que ofereça oportunidades para o educando avançar rumo à conhecimentos significativos, que inclua o aluno na cultura grafocêntrica (cultura centrada na escrita)e não exclua. Por esta e outras atribuições que o professor alfabetizador se encontra apreensivo diante de tamanha responsabilidade no cenário educacional.
Diante de tantos desafios, é visível a fuga dos professores das séries iniciais das salas de alfabetização, assim poucos encaram e adquirem experiências metodológico-pedagógicas para enriquecer o universo da alfabetização.
Para alcançar os objetivos propostos, este estudo utilizou-se como metodologia a pesquisa bibliográfica de caráter qualitativo. Mediante revisão bibliográfica, compilando estudos sobre obras que trazem em seu bojo informações e definições relevantes ao desdobramento do trabalho.
O estudo foi ancorado nas idéias e concepções de autores como: Cambi (1999), Ferreiro (1985), Lemle (1988), Nérici (1972), Piaget (1977), Poerch (1990).
Desenvolvimento

A alfabetização é uma fase distinta, cheia de novas experiências e sensações em que o aluno se depara ao chegar à escola, para aqueles que não freqüentavam a Educação Infantil, é o primeiro contato com a educação formalizada. Durante muito tempo a alfabetização foi vista como a mera aquisição do código escrito, que formava alunos para as fases seguintes.
Nos anos 70 e 80 o elevado índice de analfabetismo, a repetência e a evasão escolar estimularam a busca por novas formas de conceber e direcionar o trabalho educativo na alfabetização e os conceitos equivocados foram aos poucossuperados. Conforme Cambi (1999):
A partir dos anos 80 e sucessivamente até hoje, a pedagogia foi atravessada por um feixe de "novas emergências", novas exigências e novas fórmulas educativas, novos sujeitos dos processos formativos/educativos e novas orientações políticos culturais.
(CAMBI, 1999, p.638)
Esses novos tempos foram marcados por reflexões acerca do individuo como ponto de partida para a construção de novos conhecimentos. O quadro educacional passou por grandes mudanças devido ao novo modo construir conhecimentos, alinhados aos acontecimentos atuais com foco na particularidade do aluno. Portanto, na alfabetização a ação educativa do professor também sofreu esta influencia, com a utilização de temas atuais com ênfase na formação intelectual e social do aluno.
Essa mudança no cenário educacional se deu também devido aos estudos sobre a psicogênese da aquisição da língua escrita, com as contribuições de Emilia Ferreiro & Ana Teberosky (1985) que enfatizava que a alfabetização não era a mera codificação e decodificação do sistema lingüístico, mas se caracterizava como um processo ativo em que a criança em contato com a cultura escrita ia aos poucos (re) construindohipóteses sobre a língua escrita, até chegar à escrita convencional, como nos afirma Ferreiro (1985):
Nossa visão atual do processo é radicalmente diferente: no lugar de uma criança que espera passivamenteo reforço externo de uma resposta produzida pouco menos que ao acaso, aparece uma criança que procura ativamente compreender a natureza da linguagem que se fala à sua volta, e que, tratando de compreendê-la, formula hipóteses, busca regularidades, coloca à prova suas antecipações e cria sua própria gramática (que não é simples cópia deformada do modelo adulto, mas sim criação original).(FERREIRO, 1985, p. 22)

De acordo com esses estudos o professor terá a função de mediar este processo, e propor desafios por meio de atividades planejadas com intencionalidade pedagógica. Assim, aos poucoso educando faránovas descobertas e (re) construirá hipóteses. Por isso, o estímulo visual com o uso de diferentes gêneros textuais é imprescindível nessa etapa.
No contexto da alfabetização o professor é muito importante, porém em muitos casos esse profissional nem sempre está habilitado para executar tal tarefa, pois, visto quemuitos não obtiveram uma boa formação e nem sabem quais são as etapas do processo de construção da escrita. Como esse profissional irá conduzir esse processo, se nem compreende como ele se dá?
A implantação de ações que tragam um bom suporte teórico/pedagógico para esses profissionais são urgentes no meio educacional, pois muitos estão "grudados" nos livros didáticos por medo de ousar e errar.É preciso que ocorram novas mudanças no fazer educativo com ênfase nas práxis pedagógica, ação – reflexão – ação de sua prática educativa atrelada à teoria. Considerando que esses professores terão mais dificuldades para alfabetizar seus alunos e ainda poderá desencadear nesses alunos dificuldades de leitura e escrita ao longo de sua vida escolar.
O alfabetizador é um profissional do ensino de línguas e, como tal, além do domínio e das técnicas pedagógicas deve possuir sólidos conhecimentos lingüísticos tanto da língua, enquanto meio de comunicação, quanto sobre a língua, enquanto objeto de análise. (POERSCH, 1990, p. 37)
Na verdade o professor que está inserido em sala de aula tem o dever de oferecer uma educação de qualidade, e isso requer formação e competência para desenvolver um trabalho satisfatório. É visível também em alguns professores a falta de interesse por novos conhecimentos, pela busca pessoal de novas ferramentas pedagógicas em sala de aula para aperfeiçoar seu trabalho. Portanto o alfabetizador será o agente que estimulará as descobertas da língua escrita até chegar à escrita convencional.
Outro desafio bem pertinente é a falta de apoio e acompanhamento dos pais na vida escolar dos filhos, o professor se depara sozinho nesta missão de alfabetizar a qualquer custo. Um fator bem interessante é que os pais atribuem ao professor a culpa do fracasso escolar do filho, assim se estabelece no seio escolar a "briga"histórica entre Escola X família.
O abandono escolar de alguns pais é revoltante, pois esse cenário é visível com muita freqüência no meio escolar, pois muitos alunos vão e voltam com as tarefas em branco, chegam à sala de aula desmotivados, sendo que muitas vezes necessitam de estímulos exteriores para a construção de aprendizagens e não encontram. Essa é a realidade em muitas salas de aula, pais negligentes e omissos em reuniões escolares, datas comemorativas e outros eventos que favorecem a interação escola/família.
A legislação é bem clara e específica quanto às atribuições da família e do Estado, a Constituição Federal, em seu artigo 205, afirma que"a educação é direito de todos e dever do Estado e da família". A educação informal é obrigação da família e formal do Estado, por isso as duas instituições devem sempre estar em constante sintonia para priorizar uma boa educação. Sobre essa relação Nérici (1972) salienta que:
A educação deve orientar a formação do homem para ele poder ser o que é, da melhorforma possível, sem mistificações, sem deformações, em sentido de aceitação social. Assim, a ação educativa deve incidir sobre a realidade pessoal do educando, tendo emvista explicitar suas possibilidades, em função das autênticas necessidades das pessoas e da sociedade. (NÉRICI, 1972,p.12)

Nesta perspectiva entendemos que escola e família se complementam na tarefa da formação social da criança, se uma das duas se omite quanto à sua atribuição o processo de ensino/aprendizagem fica prejudicado. Nesta perspectiva Nérici (1972) considera que a influência da família é básica e fundamental no processo educativo do imaturo e nenhuma outra instituição está em condições de substituí-la. Embora muitas vezes o trabalho ou a falta de tempo são algumas justificativas para essa ausência, considera-se que essas "desculpas" futuramente não irão sanar as carências intelectuais, afetivas e sociais que poderão aflorar no aluno.
Outro desafio notável presente na sala do alfabetizador é a indisciplina dos alunos durante as atividades diárias propostas pelo professor, a falta de interesse e a falta de otimismo para conquistar uma vida futura próspera está cada vez mais distantes dos nossos alunos. Falta amor pela busca do conhecimento, pois para a grande maioria dos alunos a atividade estudar é fatigante e obrigatório.
Uma boa parcela da aula é reservada para advertir os alunos indisciplinados, que muitas vezes até lançam "palavrões" pejorativos contra o professor e os outros alunos. Nesta perspectiva nota-se que cada vez está mais difícil estabelecer regras para ordenamento e coerção desses alunos. De acordo com Piaget (1977, p.7) "toda moral é um sistema de regras e a essência de toda moralidade consiste norespeito que o indivíduo sente por tais regras".
Por isso mais uma vez o professor entra em ação na busca constante de meios que estabeleçam regras de convivência e de respeito ao próximo, priorizando a cidadania. Cabe ao educador usar ferramentas dinâmicas e eficazes para uma boa sintonia entre os aspectos intelectuais/sociais. Essa tarefa faz parte da interdisplinaridade vivenciada em sala de aula com os múltiplos usos dos eixos de formação humana propostos nos Parâmetros Curriculares Nacionais que considera o aluno em sua totalidade, e não fragmentado.
Estes são alguns desafios que tem afrontado o professor alfabetizador em seu fazer educativo, que causam angústias, dificuldades e sofreres. Que dia a dia o conduz à ação/reflexão/ação de sua prática pedagógica na busca de soluções para transformar esse cenário frustrante do contexto educacional.  Como medidas paliativas o educador "consciente" busca conhecimentos diversificados mediante cursos de formação continuada, leituras de temas diversificados para enriquecer e aperfeiçoar sua ação educativa.
Conclusão 
Diante deste estudo, concluiu-se que a tarefa do professor alfabetizadoré árdua, pelas grandes dificuldades enfrentadas no cotidiano escolar, afinal é o alfabetizador quem irá abrir as janelas da leitura e da escrita para educando avançar rumo às novas aprendizagens. Segundo algumas raízes teóricas é oeducador deve oferecer condições ao educando para a construção da leitura e da escrita no contexto escolar.
Deve-se se descartar a concepção errônea de que o aluno deve ser fruto de uma educação bancária, e incluir nas práticas educativas metas em prol deuma educação com sentido de construção não só de conhecimentos científicos, mas de significados, valores e cidadania no dia a dia escolar. Faz-se necessário repensar a educação com foco nas relações interpessoais, oferecendo ao aluno meios e possibilidades para a construção de uma aprendizagem significativa.
Mas para realizar um trabalho satisfatório é imprescindível a interação entre família-escola, esquecer a "rixa" antiga de um culpar o outro pelo fracasso escolar do educando. È tempo de paz, atitudes conjuntas que visem restaurar os laços de companheirismo e respeito mútuo no objetivo de expandir e contribuir para uma educação qualitativa.
Portanto, sonhar com uma educação que objetive uma transformação social, é romper com o velho e ousar com o novo, na utilização de meios diversificados que conduza o aluno à não somente ler letras, mas, essencialmente atribuir sentido e significado naquilo em que se lê. Compreender que o papel do alfabetizador não é transferir conteúdos, mais sim dividir e construir saberes e oferecer aos alunos com dificuldades de aprendizagem conhecimentos contextualizados e prazerosos.
Outro ponto bem pertinente neste estudo é falta da participação da família na vida escolar do aluno, assim faz-se necessário idealizar estratégias que despertem o interesse por relações de trocas de experiências no seio escolar entre família-escola-aluno. Uma boa sugestão para sanar essa deficiência seria o trabalho com projetos interdisciplinares com foco na família, convidando os pais para assistir palestras, participar de oficinas, contribuir com ações diversificadas para o sucesso escolar do filho.
O grande índice de indisciplina na escola atual é bem assustador, para reverter esse quadro faz-se necessário a implantação de ações que sensibilize o educando no respeito por normas e regras. O aluno através dessas medidas deverá aprender o verdadeiro sentido da cidadania e dos valores morais, que irão refletir na sua formação social e ética.
Neste estudo foram elencados alguns desafios do professor alfabetizador em sala de aula, para superá-los o educador deve agir em conjunto com a comunidade escolar e com os pais para rever ações e criar outras no intuito de oferecer uma educação qualitativa ao aluno.
Sabemos cotidianamente são atribuídos ao professor alfabetizador a  responsabilidade de alfabetizar e letrar o aluno, e lhe é exigido resultados por este trabalho. Porém o professor não desenvolverá um bom trabalho sozinho e desamparado, mas necessitará de apoio pedagógico e da família.
Portanto, nessa tarefa árdua lhe compete o papel de promover o uso social dos diversos textos apresentados aos alunos, mostrar significados nas atividades diárias com ênfase na contextualidade do educando. Na verdade os desafios são importantes para amadurecer em uma prática inovadora e transformadora, são eles que ofereceram ao professor subsídios para a construção do fazer escolar cotidiano.
O alfabetizador não deve permitir que os desafios o amedrontem, mas que estes lhe provoquem uma constante inquietude que estimulará a busca de meios para desenvolver uma prática significativa e fundamentada teoricamente. Lidar com a alfabetização requer competência e compromisso com um ensino que vise uma genuína transformação social dos pequenos cidadãos que interagimos no dia a dia escolar.
REFERÊNCIAS
AURELIO, O mini dicionário da língua portuguesa. 4a edição revista e ampliada do
mini dicionário Aurélio. 7a impressão – Rio de Janeiro, 2002.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federal do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. Imprensa Oficial. Brasília, DF, 1988.
CAMBI, Franco. História da pedagogia. Tradução de Álvaro Lorencini. São Paulo. Fundação editora da UNESP (FEU), 1999 – (Encyclopaidéia)
FERREIRO, Emilia. Psicogênese da língua escrita. Emília Ferreiro e Ana Teberosky; tradução de Diana Myriam Lichtenstein, Liana Di Marco e Mário Corso. – Porto Alegre: Artes Médicas. 1985.
LEMLE, Miriam. Guia teórico do alfabetizador. 2ª Ed. São Paulo. Ática. 1988. Série Princípios.
NÉRICI, Imídeo G. Lar, escola e educação. São Paulo: Atlas, 1972.
PIAGET, J. O julgamento moral na criança. São Paulo: Mestre Jou, 1932/1977.
POERSCH, J. M.Suportes Lingüísticos para a alfabetização. 2 ed. Porto Alegre: Sagra, 1990.


[1] Professora do I Ciclo 1ª FASE da Escola Estadual Treze de Maio em Porto Esperidião-MT pós graduando do curso Alfabetização e letramento do Instituto UCAM/PROMINAS​
Autor:ELIDIANE DE BRITO PAGLIUCA
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    Trabalhando com contos

    Conto de escola



    Ilustração Renato Alarcão 
    A escola era na Rua do Costa, um sobradinho de grade de pau. O ano era de 1840. Naquele dia - uma segunda-feira, do mês de maio - deixei-me estar alguns instantes na Rua da Princesa a ver onde iria brincar amanhã. Hesitava entre o morro de S. Diogo e o Campo de Sant’Ana, que não era então esse parque atual, construção de gentleman, mas um espaço rústico, mais ou menos infinito, alastrado de lavadeiras, capim e burros soltos. Morro ou campo? Tal era o problema. De repente disse comigo que o melhor era a escola. E guiei para a escola. Aqui vai a razão.

    Na semana anterior tinha feito dois suetos e, descoberto o caso, recebi o pagamento das mãos de meu pai, que me deu uma sova de vara de marmeleiro. As sovas de meu pai doíam por muito tempo. Era um velho empregado do Arsenal de Guerra, ríspido e intolerante. Sonhava para mim uma grande posição comercial e tinha ânsia de me ver com os elementos mercantis, ler, escrever e contar, para me meter de caixeiro. Citava-me nomes de capitalistas que tinham começado ao balcão. Ora, foi a lembrança do último castigo que me levou naquela manhã para o colégio. Não era um menino de virtudes.

    Subi a escada com cautela, para não ser ouvido do mestre, e cheguei a tempo; ele entrou na sala três ou quatro minutos depois. Entrou com o andar manso do costume, em chinelas de cordovão, com a jaqueta de brim lavada e desbotada, calça branca e tesa e grande colarinho caído. Chamava-se Policarpo e tinha perto de cinqüenta anos ou mais. Uma vez sentado, extraiu da jaqueta a boceta de rapé e o lenço vermelho, pô-los na gaveta; depois relanceou os olhos pela sala. Os meninos, que se conservaram de pé durante a entrada dele, tornaram a sentar-se. Tudo estava em ordem; começaram os trabalhos.

    - Seu Pilar, eu preciso falar com você - disse-me baixinho o filho do mestre.

    Chamava-se Raimundo este pequeno, e era mole, aplicado, inteligência tarda. Raimundo gastava duas horas em reter aquilo que a outros levava apenas trinta ou cinqüenta minutos; vencia com o tempo o que não podia fazer logo com o cérebro. Reunia a isso um grande medo ao pai. Era uma criança fina, pálida, cara doente; raramente estava alegre. Entrava na escola depois do pai e retirava-se antes. O mestre era mais severo com ele do que conosco.

    - O que é que você quer?

    - Logo - respondeu ele com voz trêmula.

    Começou a lição de escrita. Custa-me dizer que eu era dos mais adiantados da escola; mas era. Não digo também que era dos mais inteligentes, por um escrúpulo fácil de entender e de excelente efeito no estilo, mas não tenho outra convicção. Note-se que não era pálido nem mofino: tinha boas cores e músculos de ferro. Na lição de escrita, por exemplo, acabava sempre antes de todos, mas deixava-me estar a recortar narizes no papel ou na tábua, ocupação sem nobreza nem espiritualidade, mas em todo caso ingênua. Naquele dia foi a mesma coisa; tão depressa acabei, como entrei a reproduzir o nariz do mestre, dando-lhe cinco ou seis atitudes diferentes, das quais recordo a interrogativa, a admirativa, a dubitativa e a cogitativa. Não lhes punha esses nomes, pobre estudante de primeiras letras que era; mas, instintivamente, dava-lhes essas expressões. Os outros foram acabando; não tive remédio senão acabar também, entregar a escrita e voltar para o meu lugar.

    Com franqueza, estava arrependido de ter vindo. Agora que ficava preso, ardia por andar lá fora e recapitulava o campo e o morro, pensava nos outros meninos vadios, o Chico Telha, o Américo, o Carlos das Escadinhas, a fina flor do bairro e do gênero humano. Para cúmulo de desespero, vi através das vidraças da escola, no claro azul do céu, por cima do Morro do Livramento, um papagaio de papel, alto e largo, preso de uma corda imensa, que bojava no ar, uma coisa soberba. E eu na escola, sentado, pernas unidas, com o livro de leitura e a gramática nos joelhos.

    - Fui um bobo em vir - disse eu ao Raimundo.

    - Não diga isso - murmurou ele.

    Olhei para ele; estava mais pálido. Então lembrou-me outra vez que queria pedir-me alguma coisa, e perguntei-lhe o que era. Raimundo estremeceu de novo e, rápido, disse-me que esperasse um pouco; era uma coisa particular.

    - Seu Pilar... - murmurou ele daí a alguns minutos.

    - Que é?

    - Você...

    - Você quê?

    Ele deitou os olhos ao pai e depois a alguns outros meninos. Um destes, o Curvelo, olhava para ele, desconfiado, e o Raimundo, notando-me essa circunstância, pediu alguns minutos mais de espera. Confesso que começava a arder de curiosidade. Olhei para o Curvelo e vi que parecia atento; podia ser uma simples curiosidade vaga, natural indiscrição; mas podia ser também alguma coisa entre eles. Esse Curvelo era um pouco levado do diabo. Tinha onze anos, era mais velho que nós.

    Que me quereria o Raimundo? Continuei inquieto, remexendo-me muito, falando-lhe baixo, com instância, que me dissesse o que era, que ninguém cuidava dele nem de mim. Ou então, de tarde...

    - De tarde, não - interrompeu-me ele -; não pode ser de tarde.

    - Então agora...

    - Papai está olhando.

    Na verdade, o mestre fitava-nos. Como era mais severo para o filho, buscava-o muitas vezes com os olhos, para trazê-lo mais aperreado. Mas nós também éramos finos; metemos o nariz no livro e continuamos a ler. Afinal cansou e tomou as folhas do dia, três ou quatro, que ele lia devagar, mastigando as idéias e as paixões. Não esqueçam que estávamos então no fim da Regência, e que era grande a agitação pública. Policarpo tinha decerto algum partido, mas nunca pude averiguar esse ponto. O pior que ele podia ter, para nós, era a palmatória. E essa lá estava, pendurada do portal da janela, à direita, com os seus cinco olhos do diabo. Era só levantar a mão, despendurá-la e brandi-la, com a força do costume, que não era pouca. E daí, pode ser que alguma vez as paixões políticas dominassem nele a ponto de poupar-nos uma ou outra correção. Naquele dia, ao menos, pareceu-me que lia as folhas com muito interesse; levantava os olhos de quando em quando, ou tomava uma pitada, mas tornava logo aos jornais e lia a valer.
    Ilustração Renato Alarcão
    Ilustração Renato Alarcão
    No fim de algum tempo - dez ou doze minutos - Raimundo meteu a mão no bolso das calças e olhou para mim.

    - Sabe o que tenho aqui?

    - Não.

    - Uma pratinha que mamãe me deu.

    - Hoje?

    - Não, no outro dia, quando fiz anos...

    - Pratinha de verdade?

    - De verdade.

    Tirou-a vagarosamente e mostrou-me de longe. Era uma moeda do tempo do rei, cuido que doze vinténs ou dois tostões, não me lembra; mas era uma moeda, e tal moeda que me fez pular o sangue no coração. Raimundo revolveu em mim o olhar pálido; depois perguntou-me se a queria para mim. Respondi-lhe que estava caçoando, mas ele jurou que não.

    - Mas então você fica sem ela?

    - Mamãe depois me arranja outra. Ela tem muitas que vovô lhe deixou, numa caixinha; algumas são de ouro. Você quer esta?

    Minha resposta foi estender-lhe a mão disfarçadamente, depois de olhar para a mesa do mestre. Raimundo recuou a mão dele e deu à boca um gesto amarelo, que queria sorrir. Em seguida propôs-me um negócio, uma troca de serviços; ele me daria a moeda, eu lhe explicaria um ponto da lição de sintaxe. Não conseguira reter nada do livro e estava com medo do pai. E concluía a proposta esfregando a pratinha nos joelhos...

    Tive uma sensação esquisita. Não é que eu possuísse da virtude uma idéia antes própria de homem; não é também que não fosse fácil em empregar uma ou outra mentira de criança. Sabíamos ambos enganar ao mestre. A novidade estava nos termos da proposta, na troca de lição e dinheiro, compra franca, positiva, toma lá, dá cá; tal foi a causa da sensação. Fiquei a olhar para ele, à toa, sem poder dizer nada.

    Compreende-se que o ponto da lição era difícil e que o Raimundo, não o tendo aprendido, recorria a um meio que lhe pareceu útil para escapar ao castigo do pai. Se me
    tem pedido a coisa por favor, alcança-la-ia do mesmo modo, como de outras vezes; mas parece que a lembrança das outras vezes, o medo de achar a minha vontade frouxa ou cansada, e não aprender como queria - e pode ser mesmo que em alguma ocasião lhe tivesse ensinado mal -, parece que tal foi a causa da proposta. O pobre-diabo contava com o favor - mas queria assegurar-lhe a eficácia, e daí recorreu à moeda que a mãe lhe dera e que ele guardava como relíquia ou brinquedo; pegou dela e veio
    esfregá-la nos joelhos, à minha vista, como uma tentação... Realmente, era bonita, fina, branca, muito branca; e para mim, que só trazia cobre no bolso, quando trazia alguma coisa, um cobre feio, grosso, azinhavrado...

    Não queria recebê-la e custava-me recusá-la. Olhei para o mestre, que continuava a ler, com tal interesse, que lhe pingava o rapé do nariz.

    - Ande, tome - dizia-me baixinho o filho.

    E a pratinha fuzilava-lhe entre os dedos, como se fora diamante... Em verdade, se o mestre não visse nada, que mal havia? E ele não podia ver nada, estava agarrado aos jornais, lendo com fogo, com indignação...

    - Tome, tome...

    Relanceei os olhos pela sala, e dei com os do Curvelo em nós; disse ao Raimundo que esperasse. Pareceu-me que o outro nos observava, então dissimulei; mas daí a pouco, deitei-lhe outra vez o olho e - tanto se ilude a vontade! - não lhe vi mais nada. Então cobrei ânimo.

    - Dê cá...

    Raimundo deu-me a pratinha, sorrateiramente; eu meti-a na algibeira das calças, com um alvoroço que não posso definir. Cá estava ela comigo, pegadinha à perna. Restava prestar o serviço, ensinar a lição, e não me demorei em fazê-lo, nem o fiz mal, ao menos conscientemente; passava-lhe a explicação em um retalho de papel, que ele recebeu com cautela e cheio de atenção. Sentia-se que despendia um esforço cinco ou seis vezes maior para aprender um nada; mas contanto que ele escapasse ao castigo, tudo iria bem.

    De repente, olhei para o Curvelo e estremeci; tinha os olhos em nós, com um riso que me pareceu mau. Disfarcei; mas daí a pouco, voltando-me outra vez para ele, achei-o do mesmo modo, com o mesmo ar, acrescendo que entrava a remexer-se no banco, impaciente. Sorri para ele e ele não sorriu; ao contrário, franziu a testa, o que lhe deu um aspecto ameaçador. O coração bateu-me muito.

    - Precisamos muito cuidado - disse eu ao Raimundo.

    - Diga-me isto só - murmurou ele.

    Fiz-lhe sinal que se calasse; mas ele instava, e a moeda, cá no bolso, lembrava -me o contrato feito. Ensinei-lhe o que era, disfarçando muito; depois, tornei a olhar para o Curvelo, que me pareceu ainda mais inquieto, e o riso, dantes mau, estava agora pior. Não é preciso dizer que também eu ficara em brasas, ansioso que a aula acabasse; mas nem o relógio andava como das outras vezes nem o mestre fazia caso da escola; este lia os jornais, artigo por artigo, pontuando-os com exclamações, com gestos de ombros, com uma ou duas pancadinhas na mesa. E lá fora, no céu azul, por cima do morro, o mesmo eterno papagaio, guinando a um lado e outro, como se me chamasse a ir ter com ele. Imaginei-me ali, com os livros e a pedra embaixo da mangueira, e a pratinha no bolso das calças, que eu não daria a ninguém, nem que me serrassem; guarda-la-ia em casa, dizendo a mamãe que a tinha achado na rua. Para que me não fugisse, ia-a apalpando, roçando-lhe os dedos pelo cunho, quase lendo pelo tato a inscrição, com uma grande vontade de espiá-la.

    - Oh! Seu Pilar! - bradou o mestre com voz de trovão.

    Estremeci como se acordasse de um sonho e levantei-me às pressas. Dei com o mestre, olhando para mim, cara fechada, jornais dispersos, e ao pé da mesa, em pé, o Curvelo. Pareceu-me adivinhar tudo.

    - Venha cá! - bradou o mestre.

    Fui e parei diante dele. Ele enterrou-me pela consciência dentro um par de olhos pontudos; depois chamou o filho. Toda a escola tinha parado; ninguém mais lia, ninguém fazia um só movimento. Eu, conquanto não tirasse os olhos do mestre, sentia no ar a curiosidade e o pavor de todos.

    - Então o senhor recebe dinheiro para ensinar as lições aos outros? - disse-me o Policarpo.

    - Eu...

    - Dê cá a moeda que este seu colega lhe deu! - clamou.

    Não obedeci logo, mas não pude negar nada. Continuei a tremer muito. Policarpo bradou de novo que lhe desse a moeda, e eu não resisti mais, meti a mão no bolso, vagarosamente, saquei-a e entreguei-lha. Ele examinou-a de um e outro lado, bufando de raiva; depois estendeu o braço e atirou-a à rua. E então disse-nos uma porção de coisas duras, que tanto o filho como eu acabávamos de praticar uma ação feia, indigna, baixa, uma vilania, e para emenda e exemplo íamos ser castigados. Aqui pegou da palmatória.

    - Perdão, seu mestre... - solucei eu.

    - Não há perdão! De cá a mão! Dê cá! Vamos! Sem-vergonha! Dê cá a mão!

    - Mas, seu mestre...

    - Olhe que é pior!

    Estendi-lhe a mão direita, depois a esquerda, e fui recebendo os bolos uns por cima dos outros, até completar doze, que me deixaram as palmas vermelhas e inchadas. Chegou a vez do filho, e foi a mesma coisa; não lhe poupou nada, dois, quatro, oito, doze bolos. Acabou, pregou-nos outro sermão. Chamou-nos sem-vergonhas, desaforados, e jurou que se repetíssemos o negócio, apanharíamos tal castigo que nos havia de lembrar para todo o sempre. E exclamava: "Porcalhões! Tratantes! Faltos de brio!"

    Eu, por mim, tinha a cara no chão. Não ousava fitar ninguém, sentia todos os olhos em nós. Recolhi-me ao banco, soluçando, fustigado pelos impropérios do mestre. Na sala arquejava o terror; posso dizer que naquele dia ninguém faria igual negócio. Creio que o próprio Curvelo enfiara de medo. Não olhei logo para ele, cá dentro de mim jurava quebrar-lhe a cara, na rua, logo que saíssemos, tão certo como três e dois serem cinco.

    Daí a algum tempo olhei para ele; ele também olhava para mim, mas desviou a cara, e penso que empalideceu. Compôs- se e entrou a ler em voz alta; estava com medo. Começou a variar de atitude, agitando-se à toa, coçando os joelhos, o nariz. Pode ser até que se arrependesse de nos ter denunciado; e, na verdade, por que denunciar-nos? Em que é que lhe tirávamos alguma coisa?

    "Tu me pagas! Tão duro como osso!", dizia eu comigo.

    Veio a hora de sair, e saímos; ele foi adiante, apressado, e eu não queria brigar ali mesmo, na Rua do Costa, perto do colégio; havia de ser na rua larga de S. Joaquim. Quando, porém, cheguei à esquina, já o não vi; provavelmente escondera-se em algum corredor ou loja; entrei numa botica, espiei em outras casas, perguntei por ele a algumas pessoas, ninguém me deu notícia. De tarde faltou à escola.

    Em casa não contei nada, é claro; mas para explicar as mãos inchadas, menti a minha mãe, disse-lhe que não tinha sabido a lição. Dormi nessa noite, mandando ao diabo os dois meninos, tanto o da denúncia como o da moeda. E sonhei com a moeda; sonhei que, ao tornar à escola, no dia seguinte, dera com ela na rua e a apanhara, sem medo nem escrúpulos...

    De manhã, acordei cedo. A idéia de ir procurar a moeda fez-me vestir depressa. O dia estava esplêndido, um dia de maio, sol magnífico, ar brando, sem contar as calças novas que minha mãe me deu, por sinal que eram amarelas. Tudo isso, e a pratinha... Saí de casa, como se fosse trepar ao trono de Jerusalém. Piquei o passo para que ninguém chegasse antes de mim à escola; ainda assim não andei tão depressa que amarrotasse as calças. Não, que elas eram bonitas! Mirava-as, fugia aos encontros, ao lixo da rua...

    Na rua encontrei uma companhia do batalhão de fuzileiros, tambor à frente, rufando. Não podia ouvir isto quieto. Os soldados vinham batendo o pé rápido, igual, direita, esquerda, ao som do rufo; vinham, passaram por mim e foram andando. Eu senti uma comichão nos pés, e tive ímpeto de ir atrás deles. Já lhes disse: o dia estava lindo, e depois o tambor... Olhei para um e outro lado; afinal, não sei como foi, entrei a marchar também ao som do rufo, creio que cantarolando alguma coisa: Rato na casaca... Não fui à escola, acompanhei os fuzileiros, depois enfiei pela Saúde e acabei a manhã na Praia da Gamboa. Voltei para casa com as calças enxovalhadas, sem pratinha no bolso nem ressentimento na alma. E contudo a pratinha era bonita e foram eles, Raimundo e Curvelo, que me deram o primeiro conhecimento, um da corrupção, outro da delação; mas o diabo do tambor...

    Aprendizagem

    Aprendizagem

    - Mãe, cabelo demora quanto tempo pra crescer?

    - Hã?
    - Se eu cortar meu cabelo hoje, quando é que ele vai crescer de novo?
    - Cabelo está sempre crescendo, Beatriz. É que nem unha.
    A comparação deixa a menina meio confusa. Ela não está preocupada com unhas.
    - Todo dia, mãe?
    - É, só que a gente não repara.
    - Por quê?
    - Porque as pessoas têm mais o que fazer, não acha?
    A menina não sabe se essa é uma pergunta do tipo que precisa ser respondida ou é daquelas que a gente ouve e pronto. Prefere não responder.
    - Você é muito ocupada, não é, mãe?
    - Hã?
    - Nada, não.
    A mãe termina de passar a roupa e vai guardando tudo no armário.
    Enquanto isso, Beatriz corre até o quartinho de costura, pega a fita métrica e mede novamente o cabelo da boneca. Ela tinha cortado aquele cabelo com todo o cuidado do mundo, pra ficar parecido com o da mãe, mas a verdade é que ficou meio torto.
    "Nada, não cresceu nada", ela conclui, guardando a fita. E já tem uma semana!
    Depois volta para onde está a mãe, que agora lustra os móveis.
    - Mãe, existe alguma doença que faz o cabelo da gente não crescer?
    - Mas de novo essa conversa de cabelo! Não tem outra coisa pra pensar não, criatura?
    Sobre essa pergunta não há dúvida: é do tipo que você não deve responder.
    A mãe continua trabalhando. Precisa se apressar. Dali a pouco a patroa chega da rua e o almoço nem está pronto ainda.
    - Mãe!
    - O que foi?
    - É que eu estava aqui pensando.
    - Pensando o quê?
    Beatriz não responde. Espera um pouco, tentando achar as palavras certas.
    - Vai, fala logo.
    - Quando a gente faz uma coisa, sabe, e não dá mais para voltar atrás, entendeu?
    - Não, não entendi.
    Ela abaixa a cabeça, dá um tempinho e resolve arriscar:
    - Então, se você não entendeu, posso continuar perguntando sobre cabelo?
    - Ai, meu Deus!
    Beatriz deixa a mãe trabalhando e vai procurar de novo sua boneca.
    Pega a boneca no colo e diz no ouvido dela:
    - Não liga, não. Cabelo de boneca é assim mesmo, cresce devagar, viu?
    E com um carinho:
    - Foi minha mãe que me ensinou.
    Flávio Carneiro, autor deste conto, é roteirista, ensaísta e professor de Literatura. Tem 11 livros publicados, dentre eles, A Distância das Coisas (Editora SM), vencedor do III Prêmio Barco a Vapor.
    Ilustração: Eva Uviedo

    Datas comemorativas na escola.

    Dia dos Pais: 7 erros da escola

    Obrigar todos os alunos a participar das comemorações e não vinculá-las ao currículo são alguns dos equívocos mais comuns

    Janaina Castro (novaescola@novaescola)
    Por mais que sejam datas impulsionadas pelo comércio, comemorações como o Dia dos Pais raramente passam em branco nas escolas. É muito comum que os educadores planejem festas para homenagear os pais ou peçam que a turma produza presentes. Se esse é o caso de sua instituição, é desejável que as comemorações estejam vinculadas a um projeto ou a uma sequência didática já planejada no currículo, com foco no conteúdo e não em um presente para uma determinada pessoa.

    Pode-se pensar em exemplos para todas as disciplinas. ''Nas aulas de Artes, por exemplo, pode ser proposta a produção de um cartão inspirado na obra de um artista estudado e sugerir que seja dado a uma pessoa especial. Seja para o pai, para a mãe ou para um amigo,'' recomenda Priscila Monteiro, consultora da Fundação Victor Civita.
    Os eventos também devem ser estruturados contemplando os conteúdos previstos nas disciplinas, uma vez que são formas de convidar a comunidade para dentro da escola. Um projeto para o estudo de um gênero literário pode ter em uma de suas etapas a exposição de textos feitos pelos alunos. Vale, então, socializar a produção da turma - chamando não apenas pais, mas também mães ou outros adultos que sejam referências às crianças.
    Outra questão nunca pode ser ignorada: como participa a criança que não tem contato com o pai? Deve-se sempre levar em conta que a família considerada tradicional, formada por pai, mãe e filhos, dificilmente é a realidade na casa de todos os alunos. São muitas as possibilidades de estrutura familiar: monoparental feminina (mãe solteira, separada ou viúva), crianças que moram em abrigos, com avós, são filhas de casais homossexuais etc. Se o professor fizer um levantamento sobre como é a vida de cada aluno, certamente perceberá que pode excluir ou constranger alguém ao propor uma grande homenagem - o que talvez seja motivo para repensá-la. A seguir, você confere mais detalhes sobre esse e outros equívocos na comemoração do Dia dos Pais nas escolas:
    7 equívocos na comemoração do Dia dos Pais
    1 Ignorar os diferentes tipos de família no planejamento do calendário escolar.
    Pautar os encontros para a socialização da aprendizagem da turma de acordo Dia dos Pais ou Dia das Mães exclui as crianças com outros perfis familiares.
    2 Usar o tempo das aulas para a confecção de presentes desvinculados do conteúdo das disciplinas.
    O horário letivo deve ser exclusivamente dedicado às situações de aprendizagem.
    3 Propor a elaboração de cartões, pinturas ou poemas que não permitem a criação individual da criança.
    Exibir um modelo e pedir que as crianças o reproduzam não favorece o percurso criador e não dá espaço para que as crianças registrem sua marca na obra.
    4 Obrigar todos os alunos a participar das comemorações.
    As ações focadas em homenagear um familiar podem deixar um aluno que não quer participar constrangido, seja qual for o motivo de seu incômodo.
    5 Expor a intimidade de algum aluno durante a realização de uma atividade.
    Não é adequado dizer à classe "fulano está dispensado da atividade porque seu pai faleceu" ou "o pai de beltrano não virá porque está preso". É preciso ter bom senso para não divulgar o que é da esfera íntima do aluno. O educador deve zelar para que a criança que escolha não participar tenha sua privacidade protegida.
    6 Avaliar a participação de um aluno em uma atividade vinculada à efeméride.
    O professor não pode dar ênfase aos momentos em que o conteúdo não é o foco de um projeto e, menos ainda, avaliar o desenvolvimento do aluno pela participação em uma atividade que nada tem a ver com o currículo.
    7 Realizar a festa durante o horário letivo.
    Mesmo que o evento seja planejado como forma de socializar a produção dos alunos, deve-se considerar que muitos pais não têm como se ausentar do trabalho. Ao planejar as atividades, é necessário refletir sobre os momentos em que a maioria da comunidade pode participar e criar alternativas.

    Publicado em AGOSTO DE 2011.

    segunda-feira, 22 de agosto de 2016

    Como escolher uma escola. por Ana Elisabeth Santos de Oliveira Lima BETA


    1. Compreender a linha pedagógica
    A pedagogia dá sinais de como a Escola pensa. O pensamento da escola deve caminhar lado a lado com o pensamento da família. Por isso, pergunte tudo, não fique com dúvida. Verifique se existe uma linha pedagógica firme e determinada. A escola dá sinais de como pensa?
    2. Cuidado com a transversalidade...
    Falar de valores humanos está em moda, mas muitas escolas mais falam do que ensinam de fato, e dizem que todas as disciplinas tratam disso; será? Peça para mostrarem, na prática, como funciona essa transversalidade. Como os conteúdos são colocados?
    3. Aulas de artes e humanidades são bom sinal
    Pra formar bons cidadãos, as escolas devem valorizar matérias que ajudam a entender o homem, seus valores e desafios. Aulas de Filosofia, Sociologia e Arte em geral servem de inspiração para reflexões e aprendizagens humanísticas. As crianças antes dos 14/15 anos não podem entender a Filosofia, pois exige abstração, então, como a matéria é trabalhada?
    4. A biblioteca deve ser o centro da escola
    Escola que cultiva valores humanos incentiva a leitura diversificada. Deve saber quais livros são usados pelos alunos, quantos livros lêem anualmente... Existe um autor central para dirigir a leitura dos alunos.
    5. Veja como a minoria é tratada
    A escola deve estar atenta às possíveis discriminações sofridas por alunos gordos, negros, homossexuais e etc. Trabalhar as diferenças; a tolerância é fundamental em qualquer projeto de cidadania. Converse com os alunos da escola para saber suas opiniões.
    6. Consciência ecológica
    Nosso planeta precisa mais de práticas do que de teorias! Quais os projetos da escola em relação ao meio ambiente? A escola realiza coleta seletiva? Tem projetos para falar de economia de água, de luz, de combustível? Incentiva os pais e a família a lutar pela recuperação do planeta?
    7. Espaço para brincar e refletir
    Escola não é playground, mas o aluno precisa de um ambiente agradável e tranqüilo para estudar relaxar no intervalo. Necessita de um ambiente agradável para estudar. Verifique as brincadeiras e jogos propostos aos alunos: jogos de bola, xadrez, ping-pong, amarelinha...
    8. Como são feitas as avaliações dos alunos?
    Peça para ver os registros que são feitos pelos professores em relação aos alunos (observações feitas a partir de critérios objetivos). Os alunos devem ser observados diariamente, não só as provas avaliam o desempenho de um aluno.
    9. Conheça o corpo docente
    Qual a formação acadêmica do corpo docente da escola? Qual o tempo de trabalho na instituição? O corpo docente deve ser engajado no projeto pedagógico. Eles participam das reuniões entre pais e professores? Quem está educando seus filhos?
    10. Como é o ambiente escolar
    Observe os alunos circulando pela escola. Os alunos devem gostar de estar em todos os ambientes escolares. Estão sempre em atividade?
    11. Como a comunidade chega até à escola
    Que atividades extra-classe são propostas pela escola? A comunidade deve estar integrada à escola. Os alunos são membros da sociedade.
    Todos os eventos da sociedade devem ser vividos pela escola.
    12. Conheça a direção da escola
    Procure saber quem dirige a escola e qual o seu trabalho historicamente falando sobre educação. Pergunte pela formação dos professores, pois a escola deve ser um conjunto harmônico. Leia sobre a instituição.
    13. O horário escolar
    O tempo parcial da escola é insuficiente para conduzir os trabalhos escolares, veja se a escola propõe extensão/ampliação do horário escolar. Os trabalhos para casa você deverá conhecer.
    14. Que material didático seu filho está utilizando?
    Tenha o cuidado de ver o material didático (livros e apostilas) que será usado com seus filhos, para que não tenha conteúdo ideológico. Os alunos devem formar suas próprias idéias sobre os fatos apresentados (conteúdos). O material deve estimular o pensamento (inteligência).
    15. A interação pais e escola
    Verifique quantas reuniões, festas e encontros, a escola oferece durante o ano escolar. Quem promove estes encontros? Qual a participação do corpo docente? E da família?
    16. Tornar-se um cidadão é muito importante!
    O desenvolvimento da moral é um fator determinante para o desenvolvimento da cidadania – a escola trabalha neste sentido?
    17. Veja o desempenho no ENEM
    Finalmente, para saber sobre o futuro e a empregabilidade de seu filho, olhe o ENEM, mesmo que seja apenas para saber como ele utiliza as ferramentas que o conhecimento lhe dá. Não pense que este é um fator determinante, é apenas um modelo usado por nosso grupo social, no caso do aluno estar indo para o ensino médio. 

    Beta

    Ana Elisabeth Santos de Oliveira Lima BETA, comenta a publicação da revista Veja.

    VEJA ERROU: Construtivismo é outra coisa...

    Pego a VEJA no. 2164, de 12/5/2010 e no setor Educação deparo-me com o artigo “Salto no Escuro” onde ao ler, noto que realmente seu autor está no escuro, pois não fez uma pesquisa e não conhece a matéria sobre o que se aventura a escrever. E triste ver alguém dando opiniões tão equivocadas em uma revista de grande circulação, para não dizer opiniões erradas. Estou surpresa de alguém dizer que 60% das escolas brasileiras se intitulam construtivistas, quando realmente não se trata de um método de ensino já que nem Piaget nem Vygotsky eram educadores e nem propuseram metodologias. Na verdade, um brasileiro, Professor Lauro de Oliveira Lima, propôs há mais de 50 anos uma metodologia baseada em suas teorias, que chamou de “MÉTODO PSICOGENETICO”, expondo em mais de 30 livros sua metodologia e aplicando-o em escolas como o Ginásio Agapito dos Santos (CE) e Escola A Chave do Tamanho (RJ). Todas as explicações dadas pelo Sr. Marcelo, autor do artigo, são totalmente equivocadas já que ele não conhece realmente as teorias de Jean Piaget e nem a metodologia desenvolvida pelo Professor Oliveira Lima. Muitos educadores sabem como as teorias de Piaget funcionam já que o grupo do Professor Oliveira Lima estuda e aplica estas teorias a mais de 40 anos só no Rio de Janeiro e mais de 50 no Ceará . E inconcebível que alguém seja tão irresponsável de fazer uma matéria sem uma pesquisa rigorosa mesmo que pela internet para verificar o que existe sobre o assunto.

    Como pode um educador trabalhar sem metas ou planejamento?

    Sugerimos ao autor que leia algumas obras de Piaget que podem orientá-lo para escrever sobre o construtivismo, que é uma parte da teoria desse epistemólogo interacionista. Leia “A construção do número na criança”, “O nascimento da inteligência na criança”,”A formação do símbolo na criança” só para citar algumas obras fundamentais deste monstro intelectual que revolucionou o conhecimento. Piaget dá aos educadores mecanismos para trabalhar com a criança de acordo com seu nível mental. Para isso, produziu mais de 180 testes, para que os professores possam saber o que seu aluno pode compreender e apreender. Os professores devem estudar os esquemas de assimilação de seus educandos para saber como vai se dar a aprendizagem. Será que este senhor já ouviu falar na teoria da equilibrarão,assimilação e acomodação? Provavelmente não, porque sua abordagem superficial do tema não dá qualquer indicativo disso.

    Entender a abordagem piagetiana é tarefa árdua, tanto que quando Piaget participou de uma conferencia com Einstein, este lhe disse: “seus estudos soam muito mais complicados que os meus”.

    Realmente é um obscurantismo alguém falar do que não conhece, dizendo bobagens a titulo de reportagem. Talvez o que esteja chamando de “conteúdos” sejam as coisas que os alunos decoram e depois esquecem. Porque não analisa todo o sistema tradicional, que não vem formando há décadas cientistas no Brasil? Qual a grande produção científica brasileira? Quantas patentes estamos registrando por ano?

    É importante ressaltar que, quando na corrida espacial a antiga URSS saiu na frente dos EUA, os americanos convocaram a equipe de Piaget para criar o programa de ciências para o desenvolvimento. No MIT (Massachussets Institute of Technology) Seymour Pappert ,discípulo de Piaget, coordena todo o desenvolvimento dos programas de inteligência Artificial.

    Devemos salientar que Vygotsky não foi “seguidor de Piaget”, até porque não chegou a conhecê-lo. Estava desenvolvendo uma pesquisa paralela na linha da linguagem, bem depois observada por Piaget, já que Vygotsky morreu muito jovem. Piaget concluiu que eles chegariam a conclusões bem parecidas se ele tivesse continuado suas pesquisas.

    Quanto ao desempenho nas avaliações internacionais o Brasil, com seu ensino tradicional, está a frente apenas do Haiti. Porque será? Deveríamos fazer uma pesquisa e ver se não seria necessário mudar a metodologia. Não estou em absoluto defendendo o construtivismo, até porque não existe este método, mas defendendo o método psicogenético, porque este existe e é totalmente baseado em Piaget, testado em escolas que esta formando lideranças intelectuais no Brasil e já apresentado desde 1980 em congressos internacionais (três no Brasil e outros na Europa promovidos pelo Centro Experimental e Educacional Jean Piaget no Rio de Janeiro e Instituto Piaget de Lisboa/Portugal).

    O quadro comparativo elaborado pelo autor é distorcido e ele, na condição de jornalista, deveria dizer onde encontrou estes exemplos e citar as escolas para que as informações pudessem ser verificadas.

    Espero sinceramente que esse assunto tão importante não se esgote apenas com a matéria de um jornalista de VEJA, e que outros conhecedores do assunto se manifestem para o bem da Educação do Brasil.

    Beta