quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Seu filho bate ou apanha? -

meu filho é daqueles garotos bons ao extremo: é ingênuo, doce e incapaz de fazer mal a alguém. É mais comum fazerem mal a ele. Minha sobrinha, um ano mais velha, por muito tempo tirou vantagem da diferença de idade e de personalidade, batendo no Léo. Um empurrão, um tapinha. Leonardo nunca soube se defender, se deixando ferir mais por dentro do que por fora. Ficava extremamente magoado. Não só com ela. Amiguinhas vinham em casa, queriam o brinquedo e tomavam dele, que não reagia, nunca. Enchia os olhinhos de lágrimas. Por quê? Este é ele. Reagir de forma agressiva não faz parte das possibilidades que enxerga. Agredir, para ele, deve doer mais que qualquer coisa. E tem o medo, da mãe e do pai. Porque é educado, e obediente. Bater é errado – ponto.
Tem um porém. Perceberam alguns verbos no passado? Pois é. Tivemos que tomar uma atitude. Ou pelo menos tentar ajudá-lo a tomar. Tivemos que observar o comportamento dele a fundo para orientá-lo a descobrir a própria maneira de impedir que o machuquem de qualquer forma. Inúmeras conversas com o papai para encontrar um caminho coerente e correto. Ensinar a bater? Nunca. Mas a se defender, sim.
É difícil. Se você tem filho que já passou por isso, deve saber o quanto é ruim ensinar valores morais a ele e ver que outras pessoas não fazem o mesmo. O que ensina em casa não é necessariamente o que o pai do amiguinho ensina na casa deles. Às vezes até é, mas a atenção despendida ao comportamento do filho pode não ser. A menina bate, e o pai não vê. Finge que não sabe. Ou acha que é normal. Normal até que ponto? E, só porque faz parte do desenvolvimento infantil achar que tudo é seu, você permite que a criança arranque tudo das mãos de um amigo? Até quando? Qual o limite?
Tem que ter um. Uma fronteira entre o normal e aquilo que foge do controle. Aqui em casa, nos deparamos com esse dilema várias vezes. Até quando iríamos insistir em dizer ao Léo que bater não era correto? Para sempre. Mas, com ressalvas. Porque ele entrou na escola, e passou a ficar exposto a uma porção de crianças cujo passatempo preferido é morder, empurrar, arranhar, tomar brinquedos com força. Não podia fugir do controle.
Sempre fui contra qualquer tipo de violência, e acredito em outras maneiras de resolver conflitos. Até porque percebo no Léo uma característica marcante, a de querer viver em paz. Nada de brigas, gritos, safanões. Isso machuca o coraçãozinho dele. Mas, como disse, em algum momento, você percebe que nem todas as crianças são educadas da mesma maneira, e nem têm o mesmo caráter. Vê pais que não sabem que podem ajudar na construção do caráter. Tristes, temos que assumir a realidade, e lidar com ela.
E essa realidade não é só para pais de  pequenos “indefesos”. É a mesma para quem tem filho que bate. De uma forma, ou de outra, você precisa fazer algo. Porque, afinal, nós somos os adultos. Conheço mãe que ficou morrendo de vergonha e preferia buscar o filho na escola depois do horário, só para não encarar outras mães – porque, de fato, ela tentava controlar as mordidas do pequeno, mas não conseguia. Sei de mãe que cansou de sofrer ao ver o filho chegar mordido, mas que insistia em dizer para ele contar à professora e não brincar mais com o amigo. E você? Independentemente do lado em que está, como lida com isso? Ou melhor, como orienta seu filho a lidar com a violência, que vem dele ou dos coleguinhas?

fonte Mãe da Cabeça aos Pés maedacabecaaospes.com.br 

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